Quando falamos de moda sustentável estamos falando em minimizar os impactos ambientais resultantes do “modo de se vestir” dos indivíduos. Ou seja, evitar que o uso de colorações, adereços, ornamentos, entre outras utilizações, contribua para a degradação da natureza.
Com efeito, sabemos que a “a arte de se vestir” movimenta uma indústria de mais de $500 bilhões de dólares anuais (algo em torno de R$2,5 trilhões de reais), veja aqui. Mas o problema é que toda essa pujança significa, também, mais resíduos sendo produzidos, além de um excessivo uso de energia elétrica e recursos hídricos.
Em síntese, temos aqui um dos verdadeiros “calcanhares de aquiles” em termos de sustentabilidade do planeta. Isso porque, antes de mais nada, a moda representa “status”, só que a manutenção de um status muitas vezes significa extrair o máximo dos recursos naturais. E estes recursos são as pedras preciosas, peles de animais, água, eletricidade, entre inúmeras outras necessidades típicas de uma indústria têxtil.
Como vimos, a sustentabilidade na moda significa, antes de mais nada, garantir estilo no bem vestir sem, contudo, contribuir para a degradação ambiental. Em resumo, trata-se de tornar, por exemplo, mais racional e consciente o consumo de produtos têxteis. Evitando-se o descarte inadequado de resíduos, o uso de mão-de-obra escrava e infantil e de materiais que não sejam recicláveis durante as suas produções.
Além disso, a moda sustentável traz conceitos bem particulares, como o da “Moda Consciente”, “upcycling”, “slow fashion”, “eco friendly’, entre diversos outros. E todos esses conceitos têm a ver com novas formas de nos relacionarmos com a moda. Ou seja, fazer com que, de alguma maneira, a preservação da natureza e a sua conservação para as gerações futuras também façam parte dela.
Um bom exemplo disso, por exemplo, é o surgimento de movimentos como o “Zero-waste fashion”. Em suma, trata-se de uma iniciativa que visa utilizar ao máximo os tecidos durante o processo de fabricação de roupas. E um exemplo disso é o uso de retalhos, sobras, peças de outras produções, entre outras maneiras de se utilizar o que se jogaria fora, mas sem prejuízo de um estilo fashion na hora de produzir.
De fato, a moda sustentável pode surgir como um movimento capaz de ajudar a reverter uma série de impactos ambientais da indústria da moda no meio ambiente. Entre eles, podemos destacar a emissão de gás carbônico na atmosfera, pela qual estima-se que a indústria da moda seja responsável por nada mais nada menos do que cerca de 10% das emissões globais. De acordo com dados da ONU a indústria da moda é a segunda indústria mais poluente do mundo.
Ademais, calcula-se que, só com o uso do poliéster, a indústria têxtil emita, todos os anos, entre 30 e 50 milhões de toneladas do gás. Isso sem contar os mais de US$ 500 bilhões de dólares jogados no lixo por conta do descarte de roupas “velhas” em aterros ou ao ar livre.
Sem dúvida, trata-se de um universo cheio de singularidades. Segundo os adeptos da moda sustentável, por exemplo, essa indústria joga fora cerca de ¼ de todos os materiais utilizados na confecção de vestuário. E mais: de acordo com estudos da Global Fashion Agenda, estima-se que ela é o segundo maior consumidor de recursos hídricos do planeta. São nada mais nada menos do que 1,5 trilhão de litros todos os anos, o que configura-se como um dos seus principais desafios neste século.
Com efeito, polêmicas e controvérsias é o que não faltam na indústria da moda. Desde o plantio do algodão, passando pela sua colheita nos campos, até a produção de roupas, um enorme rastro de impactos ambientais podem ser causados. Além disso, esse setor exige o consumo de combustíveis para o transporte da produção e extensa mão de obra, do plantio à revenda em lojas de vestuários.
Por isso, a sustentabilidade na moda surge com o objetivo de trazer soluções para essas e outras questões polêmicas; questões de uma indústria que, segundo dados da Boston Consulting Group, deverá produzir anualmente mais de 100 milhões de toneladas de roupas e acessórios até 2030 no mundo!
Só para ilustrar, estamos falando de um crescimento de mais de 80% em menos de 10 anos! Isso significa, entre outras coisas, uma terrível pressão na biosfera terrestre, que se verá às voltas com uma extração de recursos jamais executada por essa indústria em quaisquer épocas na história da humanidade.
Bem, como forma de ao menos minimizar essas e outras expectativas, o universo da moda com sustentabilidade vem participando de inúmeras iniciativas. Uma delas, por exemplo, é o Programa Valor em Cadeia, uma união entre o Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Uniethos.
Em síntese, o programa tem como objetivo incentivar a melhoria de condições de trabalho nas indústrias e uma melhor gestão ambiental no segmento das micro, pequenas e médias empresas.
Além desta, outra iniciativa importante, que também faz parte do que convencionou-se chamar de “Moda Consciente”, é o ABVTEX, para gestão de negócios.
Paralelamente a ele, existe também o “Laboratório da Moda Sustentável”, para a inovação em sustentabilidade na moda. Mas também temos o que se chama de “Eco Chic”, um conceito que diz que “também é chique preservar a natureza”.
E poderíamos nos estender aqui por inúmeros outros conceitos, como o da “Moda Ética”, “Eco Moda”, “Upcycle”, “Slow Fashion”, e uma infinidade de outros conceitos; conceitos que são típicos do que se conhece hoje como moda sustentável ou simplesmente sustentabilidade na moda em escala global.
Resumidamente, a moda sustentável utiliza-se de produtos e recursos bastante particulares. Em síntese, ela utiliza-se, por exemplo, de fibras de bambu, linho e laranja; etiquetas inteligentes, tags e etiquetas de papel (que pode ser plantado); couro de abacaxi e o tecido biodegradável “lenpur”; a fibra de Qmilk, produzida a partir do leite coalhado que seria descartado; poliamida biodegradável; entre diversas outras apresentações.
Esses materiais, entre outras coisas, otimizam os processos produtivos, já que são orgânicos e, por isso, permitem as suas reutilizações. Mas eles também ajudam o comércio local, na medida em que, muitos deles, fazem parte da cultura de certas comunidades do Brasil e do mundo.
Por isso mesmo, diversas marcas famosas, como a Gucci, Burberry, Stella McCartney, Dior, Givenchy, entre diversas outras, já são suas fervorosas adeptas. Essas marcas fazem parte de um verdadeiro exército de divulgadores da singular e original moda sustentável que se pratica ao redor do mundo.
Em resumo, trata-se de uma iniciativa que, juntamente com a moda consciente, visa, antes de mais nada, garantir a manutenção dos recursos naturais do planeta. Mas sem, no entanto, e como é importante salientar, abrir mão do estilo e do bom gosto na hora de se vestir.
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