Os chamados “empregos verdes” estão entre as “novidades” impostas por esse atual cenário de crise econômica pós-pandemia no mundo. Com efeito, a terrível crise econômica instalada em quase todos os segmentos têm exigido uma maior criatividade das pessoas. Criatividade, em especial, para a manutenção das suas rendas mensais.
Logo, estima-se que, até 2030, os empregos verdes injetem cerca de R$2,8 trilhões de reais só na economia brasileira; sem contar os mais de 2 milhões de empregos gerados, que estão previstos para esse mesmo período no país.
Desse modo, uma verdadeira “onda” de migração profissional parece ser um dos resultados mais evidentes dessa atual crise econômica. E, nesse contexto, o relatório “O Futuro do Trabalho pós Covid-19”, da consultoria McKinsey, publicado em fevereiro de 2021, traz números bastante interessantes. Entre eles, os mais de 100 milhões de trabalhadores que terão que, necessariamente, criar alternativas de renda para não serem devorados pela crise mundial.
De fato, ainda de acordo com a publicação, antes da pandemia não mais do que 6% da população pensavam em uma segunda alternativa de renda. Em contrapartida, em razão da crise, setores como o da “economia de baixo carbono” tornaram-se um curioso alvo de migração. Com efeito, isso se dá em razão do fato de que este é, sem dúvida, um dos segmentos que mais crescem em praticamente todos os continentes.
Resumidamente, os empregos verdes são postos de trabalho que geralmente requerem mão de obra para atuar em segmentos ambientais e de energia renovável. Basicamente, são profissionais responsáveis por reduzir emissões de carbono ou para melhorar a preservação e qualidade ambiental.
Ademais, o segmento de empregos verdes no Brasil e no mundo valoriza, especialmente, os profissionais habilitados a atuar com energias renováveis. Dessa forma, sai na frente os que comprovam capacidade técnica para os segmentos de produção, instalação e manutenção de painéis solares, geradores eólicos, usinas hidrelétricas, entre outras tecnologias.
Ao final, esse curioso segmento acaba por fazer uma espécie de interligação entre várias necessidades básicas do séc.XXI. Ou seja, ele garante maior acesso ao mercado de trabalho, a efetiva produção de energia e um incremento nas discussões sobre temas ambientais.
Além disso, promove a recuperação um pouco mais rápida das economias, em especial nos países em desenvolvimento. Aliás, essa é, sem dúvida, uma das principais vantagens dos empregos verdes quando o assunto é a recuperação econômica em diversas partes do mundo.
Em síntese, essa economia de baixo carbono é capaz de promover o incremento do mercado de trabalho em inúmeras áreas. O setor industrial talvez seja a principal dentre elas. De fato, os empregos verdes e suas características tornam esse segmento bastante democrático quando o assunto é geração de renda. Um exemplo disso é o setor de construção de parques eólicos, que está entre os que mais empregam instaladores, funcionários administrativos e motoristas de caminhões.
Além deste, os segmentos de produção de biomassa, energia oceânica e geotérmica (energia no interior do planeta) também estão entre os principais contratantes. E, em todos estes casos, especialização será a palavra de ordem para os que pretendem garantir a manutenção ou aumento das suas rendas – além, obviamente, de uma nova profissão em tempos de crise econômica pós-pandemia.
Paralelamente a isso, a relação empregos verdes e OIT (Organização Internacional do Trabalho) vem tratando de dar mais robustez a essa nova onda. A exemplo disso, em 2020 ela fez questão de divulgar o seu mais novo estudo sobre emprego e renda na América Latina e Caribe em tempos de preocupações ambientais.
E, dentre as suas principais previsões, está a extinção de cerca de 7,5 milhões de empregos que tenham relação direta com a produção de combustíveis fósseis. Isso sem contar o desaparecimento de vagas de emprego relacionadas com a produção e consumo de proteína de origem animal.
Logo, como contrapartida, espera-se a criação de cerca de 22,5 milhões de postos de trabalho em setores ligados à economia de baixo carbono, veja aqui. Em resumo, estamos falando de empregos em áreas como a da energia renovável (como falamos), reflorestamento, agricultura sustentável e construção.
Paralelamente, também empregarão setores como o da moda sustentável, indústrias, redes de Franchising de Baixo Carbono, além de uma infinidade de outras áreas. Todas elas dispostas a abrigar engenheiros, geógrafos, biólogos, agrônomos, designers industriais e técnicos instaladores.
Basicamente, as principais vantagens dos empregos verdes estão ligadas ao incremento da economia. Além disso, eles garantem um maior acesso ao mercado de trabalho, contribuem para que cada país cumpra as suas metas de redução de gases do Efeito Estufa, entre outras conquistas.
De fato, essa visão de que os empregos verdes no Brasil e no mundo podem propor soluções em diversas frentes é o que mais chama a atenção. A exemplo disso, destaca-se o estudo “Uma Nova Economia para Uma Nova Era”, divulgado em 2020 pela WRI Brasil. Em síntese, ele concluiu que, dentre os principais benefícios desses empregos para o país, podemos destacar:
Para finalizar, essa estreita ligação entre os chamados empregos verdes e OIT, como dissemos, busca tornar essa transição a menos dramática possível. E, para confirmar essa perspectiva, de acordo com dados do Instituto Escolhas, o Brasil já possui cerca de 6,5 milhões de trabalhadores em empregos verdes. De fato, uma transição lenta, porém consistente, e que será uma quase obrigatoriedade em um mundo que cada vez mais irá consumir somente produtos que estão de acordo com as principais exigências ambientais.
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Fonte: Veja
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