Você sabia que o curtume são operações de processamento do couro cru e, por extensão, ao local onde este processamento é realizado?
O couro constitui a pele curtida dos animais, empregada na fabricação de artefatos, desde carteiras, cintos a estofados de móveis e automotivos – sendo produzido há milhares de anos por diversos povos.
O Brasil é um dos maiores produtores de couro do mundo, com destaque para a região Sul. Quer conhecer mais sobre o curtume? Saiba tudo no post de hoje. Boa leitura!
O processo de fabricação do couro é chamado de curtimento. O objetivo deste método é preservar as propriedades naturais do couro, estabilizar a sua estrutura e ao mesmo tempo processá-lo quimicamente para que não fique sujeito ao apodrecimento.
Portanto, o couro é a pele animal que foi tratada de forma a manter as suas propriedades naturais.
As fábricas onde as peles são trabalhadas são chamadas de curtumes, a atribuição deste nome vem do processo de fabricação do couro: curtimento.
Normalmente, os curtumes, que cuidam de todo o processo, são empresas de médio e grande porte devido à utilização de uma grande variedade de maquinários que cada etapa do processo exige.
A pele é composta de muitos feixes de fibras de proteínas entrelaçadas que são capazes de se mover umas em relação às outras quando a pele está viva.
Quando a pele morre, essas fibras tendem a murchar e grudar. Essencialmente, o objetivo do curtimento é separar permanentemente as fibras por tratamento químico e lubrificá-las para que possam se mover umas em relação às outras.
Portanto, o couro bem curtido mantém as propriedades de flexibilidade, tenacidade e desgaste. Ele também continua a “respirar”, permitindo a passagem do vapor de água, mas permanecendo razoavelmente à prova d’água. É esta característica que explica o conforto de sapatos e roupas de couro genuíno.
Além disso, o processo de curtimento dá-lhe a vantagem de resistência ao calor. Este é um fator importante em muitos dos usos da pele. Juntamente com o processamento químico, o curtidor dá cor, textura e acabamento ao couro, para melhorar sua aparência e adaptá-lo às exigências da moda atual.
É essencial esclarecer que não existe um processo único de curtimento de couro, na verdade depende de muitos fatores, antes de mais nada, é o resultado final que se deseja alcançar.
No geral, o processo de curtimento do couro divide-se em 3 macro categorias fundamentais, nomeadamente:
Um dos problemas que o setor enfrenta é sobre a quantidade de restos originadas pela atividade de produção do couro. Esses rejeitos, normalmente, são produzidos após a etapa de curtimento.
As fibras que compõem a pele são alteradas com a ajuda de substâncias químicas sintéticas ou naturais, denominadas curtentes.
Assim sendo, sem um enfoque ambiental responsável, os resíduos dos curtumes podem ser bastante prejudiciais ao meio ambiente.
A indústria do couro brasileira, de fato, é muito representativa, mas também produz uma grande quantidade de resíduos. A questão não é apenas a quantidade de aparas e resíduos do processo de curtimento. O risco está na possível contaminação das substâncias utilizadas no processamento do couro.
Produtos químicos como o cromo são usados para transformar pele crua em couro. Sem tratamento, os resíduos dos curtumes podem atingir ligeiramente o lençol freático, reservatórios que abastecem cidades.
Plantas e animais podem, assim, serem contaminados e desenvolver enfermidades. Outra complicação vem das águas residuais produzidas durante o processo de produção, pois são produzidas significativas quantidades de efluentes líquidos, pelas indústrias, ao converter as peles em couro.
As regularizações e licenças ambientais são obrigações legais que antecedem à instalação de qualquer negócio ou atividade que possa poluir ou afetar o meio ambiente.
A autorização pode ser federal, estadual ou municipal, dependendo da legislação e estrutura local para o exercício das atribuições. Para os curtumes, atividade de curtimento e outras preparações de couro (CNAE 1510-6/00) o licenciamento ambiental é estadual através da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
Para a desativação de curtume no estado de São Paulo, o correto é realizar um levantamento de possíveis passivos ambientais na área, em conformidade com a Decisão de Diretoria – DD nº 038/2017/C.
A DD nº 038/2017 dispõe sobre a aprovação do “Procedimento para a Proteção da Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas”, da revisão do “Procedimento para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas” e estabelece “Diretrizes para Gerenciamento de Áreas Contaminadas no Âmbito do Licenciamento Ambiental”, em função da publicação da Lei Estadual nº 13.577/2009 e seu Regulamento, aprovado por meio do Decreto nº 59.263/2013, e dá outras providências.
O Plano de Desativação e Encerramento de Atividade na CETETESB deverá ser elaborado e protocolado juntamente com os Estudos de Avaliação Preliminar (Fase I) e Investigação Confirmatória (Fase II).
O Plano de Desativação da CETESB deverá conter informações sobre as matérias-primas, produtos, insumos, maquinários, equipamentos, resíduos, entre outras e seus respectivos destinos no momento da desativação.
O couro é um dos produtos mais antigos da humanidade. Há registros do seu uso por povos primitivos há milhares de anos. E por ter tantos animais, o Brasil é um dos maiores produtores de couro do mundo.
É uma indústria que movimenta bilhões por ano. Porém mesmo com o crescimento dos curtumes, outras opções de beneficiamento do couro também estão sendo consideradas.
Afinal, diversas são organizações pelo mundo que enfatizam a importância do cuidado desta área, por afetar o meio ambiente. Com isso, cresce cada vez mais a produção, tanto sintética quanto a ecológica.
Então, gostou do post de hoje sobre curtume? Se tiver alguma dúvida, sugestão, deixe nos comentários abaixo, a sua opinião é muito importante para nós. E aproveite ainda para ler outros artigos do site. Até a próxima.
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