Efluentes industriais: O que são e como tratá-los?

Efluentes industriais: O que são e como tratá-los?

Todos os dias, fábricas e indústrias de diversos setores produzem toneladas de resíduos líquidos repletos de substâncias perigosas. Esses efluentes carregam desde produtos químicos agressivos até matéria orgânica em decomposição – um verdadeiro veneno para nossos rios e solos quando não tratados corretamente.

 

Os números assustam: segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a cada segundo as indústrias brasileiras despejam o equivalente a quase 10 mil caixas d’água de mil litros cheias de resíduos. E o pior? Muita dessa carga poluente vai direto para nossos rios sem qualquer tipo de tratamento.

 

Por isso, entender sua composição, métodos de análise e tratamento é categórico para a sustentabilidade industrial e a preservação dos recursos naturais.

 

O que são efluentes industriais?

A norma técnica brasileira ABNT NBR 9800/1987 define esses resíduos de forma clara: são todos os líquidos que escorrem das linhas de produção industrial, incluindo águas contaminadas por processos de limpeza ou fabricação. 

 

Eles frequentemente contêm substâncias tóxicas como metais pesados (chumbo, mercúrio, cádmio), compostos orgânicos (BTEX, solventes, pesticidas), óleos, graxas e elevada carga orgânica (DBO e DQO). Estes resíduos variam conforme o tipo de indústria, sendo altamente poluentes quando liberados sem tratamento.

 

Análise de efluentes industriais

Antes de tratar os resíduos líquidos das indústrias, é preciso saber exatamente o que eles contêm. Essa análise revela desde características básicas até componentes perigosos, determinando qual tratamento será eficaz:

 

  • Parâmetros físicos: cor, turbidez, temperatura, percentual de sólidos suspensos;
  • Parâmetros químicos: pH, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO), concentração de nutrientes (nitrogênio, fósforo), metais pesados, BTEX;
  • Parâmetros microbiológicos (quando aplicável): contagem de coliformes fecais.

 

No Brasil, a lei exige que as indústrias comprovem a qualidade de seus efluentes antes do descarte. A Resolução CONAMA 430/2011 estabelece limites rigorosos para cada tipo de poluente, com base em parâmetros como DBO, DQO e concentração de sólidos. 

 

Tipos de efluentes industriais

Nas linhas de produção industrial, cada processo gera um tipo diferente de resíduo líquido. Veja os mais comuns e seus riscos:

Águas de lavagem

Aquelas que escorrem após a limpeza de máquinas, pisos e equipamentos. Parecem inofensivas, mas carregam restos de produção, químicos e detergentes que contaminam cursos d’água.

Resíduos oleosos

Característicos de oficinas mecânicas e indústrias de alimentos, formam aquelas manchas iridescentes na água. Graxas e lubrificantes não se dissolvem e podem impermeabilizar o solo.

Cocktail de metais pesados

O pesadelo de indústrias químicas e metalúrgicas. Chumbo, cromo, mercúrio e outros metais se acumulam no organismo, causando doenças graves mesmo em pequenas quantidades.

 

Além desses, há ainda os efluentes ácidos/alcalinos e aqueles com alta carga orgânica, vindos de indústrias alimentícias, papel & celulose, petroquímicas, etc.

 

Quais são os tratamentos de efluentes industriais

Cada tipo exige tratamento específico – não existe solução única para tanta variedade de poluentes. Veja como funciona na prática:

 

1. Pré-tratamento (a filtragem básica)

 

Grades e peneiras retêm pedaços de lixo e materiais grandes. Caixas de areia separam partículas sólidas pesadas.  É o primeiro filtro que protege o resto do sistema.

 

2. Tratamento primário (a decantação)

 

Tanques de sedimentação deixam os sólidos pesados afundarem. Flotadores removem óleos e graxas que ficam boiando. É possível eliminar cerca de 60% da sujeira visível.

 

3. Processo biológico

 

Bactérias “comem” a matéria orgânica dissolvida. Os sistemas de aeração ajudam os microrganismos no trabalho. Pode ser feito em tanques aerados (lodos ativados) ou sem oxigênio (reatores anaeróbicos).

 

4. Tratamento avançado

 

Emprega processos como filtração, adsorção, precipitação química, remoção de nutrientes (nitrogênio, fósforo), desinfecção e tecnologias para metais pesados.

 

5. Tratamentos específicos

 

  • Para óleos: flotação com ar ou coalescência;
  • Para metais: ajuste de pH com produtos químicos;
  • Soluções avançadas: carvão ativado, ozônio, membranas ultrafinas;
  • Digestão anaeróbia: Algumas estações transformam o lodo em biogás (metano), que pode ser usado como energia. No Brasil, esse processo poderia reduzir emissões equivalentes a 15 milhões de toneladas de CO₂ por ano – como tirar 3 milhões de carros das ruas.

 

Tratamento de efluentes industriais

Efluentes industriais e riscos de contaminação do solo e água

Quando as indústrias burlam o tratamento de efluentes, a conta chega para todos nós – e o preço é alto. Os impactos vão muito além do que vemos a olho nu:

Contaminação de solos

Metais pesados e químicos industriais se infiltram no solo e ficam lá por décadas. Terras agrícolas perdem produtividade, e o pior: plantas absorvem esses venenos, que chegam direto no nosso prato. Chumbo, cádmio e outros metais causam desde problemas neurológicos até câncer.

Poluição de águas superficiais e subterrâneas

Despejos industriais roubam o oxigênio da água, matando peixes e criando zonas mortas. O excesso de nutrientes causa explosões de algas tóxicas, ademais mananciais de abastecimento ficam impróprios para consumo. E, aquíferos são contaminados por anos, às vezes permanentemente

Saúde humana e ecossistemas

Comunidades próximas a polos industriais sofrem com hepatites e doenças gastrointestinais, problemas respiratórios crônicos, casos de câncer acima da média. E quem mais sofre? Sempre as populações mais pobres, que dependem de poços e rios próximos.

 

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