Com a rápida expansão da industrialização ao longo dos anos, muitas áreas que antes eram ocupadas por indústrias foram deixadas de lado devido à falência de empresas, transferência de fábricas ou simplesmente pelo desuso. Tais áreas, conhecidas como brownfields, apresentam uma série de desafios ambientais, urbanos e socioeconômicos.
Entre as principais preocupações está a possível contaminação do solo e das águas subterrâneas, o que afeta tanto a saúde humana quanto o meio ambiente e o desenvolvimento econômico da região.
No artigo de hoje, você aprenderá tudo sobre áreas industriais abandonadas e avaliação de contaminação. Boa leitura!
A avaliação de risco é um processo que envolve a análise detalhada dos possíveis impactos ambientais, considerando sua intensidade e a probabilidade de que ocorram.
Entre as principais ameaças ecológicas que precisam ser monitorados, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) destaca:
O processo de avaliação e recuperação dessas áreas exige uma abordagem técnica estruturada, que pode ser dividida nos seguintes passos:
A etapa de Avaliação Preliminar deve ser realizada em Áreas com Potencial de Contaminação (AP) que foi previamente identificada e ocupada por atividades com potencial de gerar áreas contamindas.
O objetivo é identificar fatos, evidências, indícios ou incertezas que possam sugerir a presença de contaminação nos componentes ambientais, resultante de uma fonte de contaminação primária situada dentro dos limites da área em questão.
Após a conclusão do relatório de Avaliação Preliminar, é utilizado o Plano de Investigação Confirmatória para dar início à Investigação Confirmatória de Passivo Ambiental.
Nessa fase, são realizadas análises de amostras de solo, vapores do solo, água superficial e subterrânea para identificar a existência de passivos ambientais e os tipos de contaminantes presentes na área.
Seguindo as etapas do Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), a Investigação Detalhada deve ser conduzida após a Investigação Confirmatória, caso a área seja classificada como Área Contaminada sob Investigação (ACI).
A principal finalidade é identificar as características dos contaminantes, medir a extensão e a propagação das plumas contaminantes.
Aqui, os dados sobre a contaminação são confrontados com os parâmetros de segurança estabelecidos por órgãos reguladores.
O objetivo é identificar o potencial de exposição da população local aos contaminantes, levando em consideração fatores como o uso do solo (residencial, industrial, agrícola), as características do local e as vias de exposição (inalação, ingestão, contato dérmico).
Dependendo do nível de risco, são recomendadas ações para minimizar ou eliminar os perigos – uma etapa crucial na análise de áreas industriais abandonadas e avaliação de contaminação.
Posteriormente à fase III e elaboração do Plano de Intervenção, inicia-se uma outra etapa mais depurada e prolongada de remoção e recuperação das áreas degradadas.
Esse processo de remediação envolve a implementação de medidas de restrição e/ou técnicas mais apropriadas e um programa de análises físicas e químicas do solo e aqüífero até o saneamento da área impactada.
Existem diferentes técnicas de remediação, cada uma com características e usos específicos:
Uma área é considerada em Monitoramento para Encerramento (AME) quando, após o estudo de Investigação Detalhada e Avaliação de Risco, não são identificados riscos, ou quando as metas de remediação são alcançadas após as intervenções.
Nesse estágio, o monitoramento do solo e/ou da água subterrânea por meio de amostragens periódicas é fundamental para assegurar que as concentrações de contaminantes permaneçam dentro dos limites aceitáveis.
De acordo com o §1º do Art. 52 do Decreto nº 59.263/2013, esse monitoramento deve ocorrer por pelo menos dois anos, porém, a CETESB pode determinar prazos diferentes conforme a complexidade do caso.
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